quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Hiato de c$ é r#&@

Sempre que entro num blog em hiato, imagino mil coisas sobre o paradeiro do bloggeiro. O dono ou dona entrou em depressão, perdeu o pique, ganhou na loteria, arrumou namorado(a), morreu, sei lá. No meu caso, a situação é bem menos dramática: estou aprendendo a ser uma assalariada.

Antes eu tinha a desculpa de estudar e trabalhar e REALMENTE não ter tempo pra coisa alguma. Nem paciência, nem ânimo. Agora, com o fim de cinco tortuosos anos de graduação, é fato que tenho pelo menos oito horas a mais por semana, mas não sei bem onde elas foram parar. Devem ter caído no bolso, junto com o salário. Nunca mais vi.

Então, enquanto eu aprendo a ser gente, é triste que o Sabor da Ausência vai ficando com postagens esporádicas, quando dá na telha, mas é o jeito. É uma incoerência ressurgir só pra falar que vai sumir, eu sei. Mas achei que satisfação alguma é melhor que satisfação nenhuma.

Ps.: Não entendo e nunca vou entender a expressão do título, prontofalei.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Cabelo Cabeleira


É uma verdade universalmente reconhecida que as conquistas que deixam a vida menos chata e difícil só vêm depois de muitas burradas. Para uma mulher, controlar o cabelo é, sem dúvida, por estúpido que pareça, uma conquista. Estou chegando (quase) aos 26 e me satisfaz saber que hoje, finalmente, eu consegui.

Sabe controle, "eu mando e você obedece"? Sem reclamar, sem fazer birra? Pois é, isso não existia. Meu cabelo nunca me deu ouvidos antes. E Hermione é fichinha perto da minha juba. Só que agora, depois de tanto tempo, eu descobri os vários macetes para satisfazê-lo (o cabelo, né) e me satisfazer. E que fique claro, sem simplesmente alisar e ter que me aguentar lambida pra sempre.

Mas não tem fórmula. Meu cabelo, por exemplo, gosta de tinta, adora um corte repicado, não liga pra hidratação, mas é apaixonado por hidratante pra pontas. Como eu descobri isso? Basicamente, fazendo errado: cortando franjas a la Sandy, queimando a cabeça em pseudo-progressivas, tentando o que funcionava no cabelo da minha mãe.

Por isso, envelhecer é tão bom, embora agridoce. Perde-se uns pontos em vigor, mas adiciona vários em bom senso. Quando vejo crianças com cabelos rebeldes, sempre penso: "Paciência, você vai aprender a lidar com ele. Não será sua mãe que vai ensinar, nem sua cabelereira. Será você mesma".

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Umas coisinhas que eu quero

Já que eu fiz promessa de não comprar roupa antes de emagrecer e coisas inúteis com design bonito/divertido são caras, livros viraram meus auto-presentes favoritos. Como os não-lidos da minha casa estão acabando, resolvi ser organizada em alguma coisa e anotar o que quero. A lista vai crescer com o tempo, é claro. Mas, se o dinheiro não fugir, acho que me dou todos eles.
 
Seção bagaceira: São aqueles livros de qualidade duvidosa ou mediana, mas que divertem. Basicamente, toda a série Sookie Stackhouse que não tenho:
  • Dead as a Doornail
  • Definitely Dead
  • All Together Dead
  • From Dead to Worse
  • Dead and Gone
  • Dead in the Family
  • A Menina que Brincava com Fogo
  • A Rainha do Castelo de Ar
  • A Coisa
  • Abarat: Days of Magic, Nights of War
Seção infanto-juvenil: São aqueles livros legais, mas com nomes envergonhantes. Desventuras em Série adora trocadalhos.
  • Desventuras em Série: Serraria baixo astral
  • Desventuras em Série: Inferno no Colégio Interno
Seção classiquê: Porque tem que ter.
  • Morro dos Ventos Uivantes
  • O Grande Mentecapto
  • Persuasão
  • Anna Karenina
  • O Velho e o Mar
  • A Insustentável Leveza do Ser
  • A Cor Púrpura
  • Como Água para Chocolate
Obs.: Post totalmente não relacionado ou mal intencionado pela chegada do meu aniversário dia 27/02, fique claro. Mas que a FNAC tem livros da lista em promoção (R$10), isso tem! =)

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Pequenos grandes arrependimentos


Lamento ter tido medo do meu cachorro quando ele estava muito doente só porque estava "feio". Pura frescura. Teria namorado aos 11 anos se não tivesse fugido aterrorizada do pretendente, para o qual eu correspondia. Burrice de criança. Não precisava ter ido com aquele vestido brega pra ser oradora na colação de 2º grau, precisava? Cadê meu Ctrl+Z?

Uma infância com moral relativamente cristã e com alguma educação básica de "não faça com os outros o que não gostaria que fizessem com você" me deu uma vida com poucos arrependimentos (até o momento). Isso é uma coisa muito boa. Tendo em vista o incômodo dos poucos que tenho, não quero imaginar como viver com os grandes.

Se ter um Ctrl+Z divino é pedir demais, seria muito querer só riscar em cima?

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Ano da Saúde - O Retorno


Estou há uma semana tentando distrair a mim mesma. Dieta é a arte de evitar a comparação entre aquele alimento saboroso e tóxico pro insosso e saudável. Porque tudo seria mais fácil se não houvesse a comparação. Um sanduíche de queijo cottage, tomate e alface não seria tão terrível num mundo sem batata frita. Seria bom, acredite, o McLanche Realmente Feliz de uma realidade paralela sem estrias.

E tem sempre as tentativas de boicote. Os convites pras festinhas, os aniversários em restaurantes, os jantares gordurosos. São todos lembretes – cheios de amor e calorias – de que tem gente que pode comer o que você não pode. E o timing deles é perfeito. Acabei de começar a dieta e já fui chamada pra três. Estou pensando em não ir em nenhum. As pessoas vão ter que entender que estou na Rehab, tentando me esquecer do que tanto me faz mal. Pois quando a comida deixar de ser a minha droga pessoal, eu juro que escrevo um livro.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Droga de vida adulta



Acho que fiquei adulta nesse sábado. Fim de semana não é uma boa hora pra conversas sérias, mas minha família adora gastar os preciosos minutos de folga pra DRs. A última foi mais bombástica do que de costume. Óbvio que só pra mim.

"Precisamos ter uma conversa. Nós já investimos em você, te auxiliamos no que pudemos, e agora você vai começar a contribuir", disse meu irmão mais velho. "Primeiro, com 20% dos gastos e, mais pra frente, 33%. Entendido? Alguma dúvida?" Entendidíssimo. Eu devo ser mesmo um investimento bancário que tem que dar rendimento. Só que o meu retorno, no momento, só pode ser o de conta poupança: pouco, quase imperceptível, mas garantido.

Acho que dessa vez não tem escapatória. Não adianta pintar cada unha de uma cor, gostar de anime ou fazer cosplay. Chegou mesmo essa droga de vida adulta. Só faltou chegar também a tal independência.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Ano da Saúde - A Missão


Dei início ao ano da saúde (só em fevereiro, mau sinal) e consultei minha nutricionista. Gosto horrores dela, porque é sincera (sem ser cruel), fofa (sem ser falsa) e competente (sem ser careira). A consulta foi rápida. Ela já tá cansada de saber das minhas frescuras alimentares, do $ limitado e dos horários terríveis que tenho. Então, sem meneios ela diz: “Você precisa fazer urgentemente um checkup”. Urina, sangue, o de praxe. E lá vamos nós no médico.

Será que sou a única a ficar revoltada em ter que pagar só pra pedir um exame? Só pra ganhar um papel com letra indecifrável listando as mesmas coisas de sempre? Vou ter que ir num clínico geral só pra ele(a) fazer perguntas genéricas e me mandar embora, sem nenhum problema resolvido e sem dinheiro? Mesmo? Vou.

É o preço, literalmente, que devo pagar por um ano de abandono. Pois é. Uma hora eu tinha que virar minha prioridade.



Not the doctor – Alanis Morissette

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

A porta aberta, o cobertor e o livro

Toda noite, a porta do quarto ficava trancada. Quando esqueciam de fechá-la, eu não perdia a oportunidade. Entrava. Dormia na beirada. E incomodava meus pobres pais. Tudo era melhor que meu quarto sombrio e os barulhos da noite. A cada cric e crec, meu coração infantil acelerava. Um passo, um ronco alto e um ranger de porta viravam o fantasma sangrento do último filme de terror assistido. E eu lá, deitada, sem abrigo.

Passei a não contar com a porta aberta. Apelei pro cobertor de flanela. Debaixo dele, espiando por uma fresta, me achava menos exposta ao perigo. No inverno não era problema, mas e no verão? Insuportável. Cansei do calor e comecei a ler antes de dormir. O segredo era ler algo muito bom, pra não prestar atenção aos barulhos minúsculos que me deixavam crédula para todas as criaturas fantásticas malignas. Como nem todos os livros são bons, as noites seguiam mal dormidas.

Mas parei de contar com a porta aberta, o cobertor e o livro. Eles vinham de fora e o problema estava dentro. Passei, então, a contar só comigo. Sem subterfúgios pra fugir deles, os espíritos não viram mais graça em me procurar. E a noite ficou vazia de barulhos. E cheia de sonhos.

Coisas-sol


Minha cozinha é meu melhor despertador. Hoje, por ser virada para o leste, ela me recebeu com um sol bem brasileiro, horizontal e ofuscante. É o tipo de coisa bonita que irrita. Mas não serei ingrata. Debaixo da luz, podem ter ido embora minha paciência e as boas idéias, mas fugiu também o sono e os problemas. O sol é soberano, meus olhos estrábicos que o digam.

Assim como ele, a felicidade e a tristeza podem ser egoístas. Quando fortes demais, ofuscam todo o resto e não deixam espaço para outros pensamentos, sentimentos. Talvez, por isso, eu concorde em viver o mediano, nada demais ou de menos. Quero um pouquinho de tudo. Uma tarde ensolarada, uma manhã chuvosa, uma noite estrelada. Até felicidade demais vira monotonia.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

A gota d'água

Acho que sei porque sou encantada por fotos macros. Elas revelam um paraíso secreto, escondido no nosso cotidiano cinza. No mundo que DemonMathiel fotografa, uma humilde gota é só do que se precisa.







quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Lugar como esse

 É ou não é bom morar na "roça"?

 A "fênix do Cerrado" nos visita aos sábados.
Provavelmente mal intencionada e faminta por outros coleguinhas pássaros, pois os bem-te-vis ficam frenéticos e voam pra longe.

Vista de arco-íris sem prédio na frente.
 Foto pessimamente tirada do fenômeno mais clichê da natureza.

Rastro de avião + lua fodona + minha câmera capenga = Lua-galáxia de hoje.


terça-feira, 18 de janeiro de 2011

O Semi-gordo e o ônibus

 
Este ano eu resolvi sair da semi-gordice. Decidi isso andando de ônibus. Cada vez que vou pro trabalho, preciso traçar toda uma estratégia para conviver harmoniosamente com os demais passageiros. Primeiro, evito os assentos com encosto fixo de braço. Proibidos. Porque um quadril largo não é sexy se você precisa sentar na beirada da cadeira. Também não posso ficar no canto. Imagina! Deixar tão pouco espaço pro passageiro azarado ao lado é maldade. Sobra então, para nós, semi-gordos, o banco solitário, de cara pro vidro. Disputado com unhas e dentes, não nos deixa nem socializar.

Pode parecer só um pequeno incômodo, uma pequena humilhação invisível. Mas é diária. 365 pequenas humilhações que podem matar aos pouquinhos o humor (que ainda tenho), os sonhos (ainda muitos) e a auto-estima (ainda uma incógnita flutuante). Então, esse é o ano da saúde. Porque se a saúde em si não é estímulo suficiente para emagrecer, que sejam os ônibus.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Quando crescer, quero ser assim

A foto do post de ontem foi feita por uma artista que conheci no Deviantart, Jean Fan. 19 aninhos e  talento até no fio de cabelo, já faz essas fotos lindas, conceituais, sem serem cabeçóides. Ela evita Photoshop e explica passo a passo o que fazer para obter os efeitos que parecem de mentira. Algum dia, vou ser assim (ô se vou).
 







Aqui tem mais.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Primeiro foram as toalhas


Primeiro foram as toalhas. Quatro era o número certo, mas insistíamos em cinco. Depois eu descobri que era constrangedor perguntar pelo pai, pois eu podia ser filha de mãe solteira e detestá-lo ou nem conhecê-lo. Então ninguém perguntava quando dizia "eu vivo com minha mãe e irmãos". Mas eu gosto de insistir, "ele já é falecido". Porque ele existiu, ora bolas. Taí outra coisa que descobri: se é querido, faleceu; se é indiferente, morreu.

Na minha colação, perguntei a uma colega de faculdade onde estava sua mãe. Ela disse que não tinha. Como não? Quem sou eu pra desculpar pais ordinários que fazem com que os filhos prefiram não tê-los mas, o meu, definitivamente, não era e não quero esquecê-lo. E não esqueço. Me disseram que a voz seria o que eu não lembraria primeiro. Mentira. Ouço ele cantando seus boleros direitinho, lembro mais do que lembro do que comi ontem. Falaram que eu diria tudo sobre meu pai no passado, porque ele estaria no passado. Verdade e mentira. Ele est(eve)(á)(ará) em todos os meus tempos.

Porque estamos há 11 anos com quatro toalhas e a sensação de sempre uma faltando.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Tudo igual e diferente


Ele chegou chegando, cobrando um “Boa Noite” dos passageiros. Baixinho, caixa cheia de doces nas mãos, ele apresenta um por um enquanto se equilibra no ônibus, incrivelmente vazio às 18h30:

“Esse aqui é o Trident, chicletinho macio pra fazer massagem no seu dentinho. Essa bala é de maracujá. Se tá estressadinho, fica calminho calminho”
Olho os demais passageiros. A maioria esconde o riso inevitável. Achavam que seria a mesma ladainha “eu podia estar matando, roubando”. Não era, mas também era, e até quem não queria doce, acabou querendo. Vender bala no ônibus, afinal, também tem sua arte.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Nada tema, porque Robin Hood não tarda a chegar


Vídeo pra me lembrar que, não muito tempo atrás, eu jogava queimada na rua, fazia ki-suco de guaraná e achava que brincar era uma canseira só.

"A infância vive a realidade da única forma honesta, que é tomando-a como uma fantasia" - Agustina Bessa-Luís

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

You got a big ego, such a huge ego

"I'm humbled by his humble nature" 

A internet é palco pra muita gente foda. Ela dá a oportunidade de conhecer o trabalho de quem merecidamente deve ser reconhecido, apreciado e que, de outra forma, poderia ficar no ocaso. Serve também como espaço teste, onde você pode ir evoluindo, brincando, sem maiores pretensões. Este blog é um exemplo.

Como tudo tem um "mas", a aura da mídia tem pego quem acessa um pouquinho demais. O deslumbre costuma atingir todo mundo, mas irrita mais quando é quem ainda pouco tem a oferecer e acha que tem muito. Por isso, acho a imagem acima um respiro no meio de tanto ego. Lição de humildade em seis linhas. 

Lição musical e divertida: Rubinho Jacobina e a Força Bruta - Artista é o K


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